Como ensinar arte contemporânea para crianças mortas
A metodologia é usada aqui a partir do ‘como’. Pode ser no sentido de ‘poder ser’ como também no sentido de ‘comer’, entre outros. Para isso é proposto o Met-TODO na busca de potência poética para a totalidade do corpo ou como deboche à imposições de métodos de performance. Como? Comer e viajar são os quatro princípios. A partir da etimologia ‘met’ (leia-se mete; de meter), buscamos o seu avesso, seu erro e a decadência da meta. Qual seria a meta?

Metáfora: duas palavras podem ser trocadas na mesma semântica.

Metonímia: ênfase a (a)comunicação substituindo uma palavra por outra.

Met-mínima: Percepção mínima do espaço. Um dedo enfiado, apenas.
Não dar a mínima ao que lhe é concebido.
Como Ensinar Arte Contemporânea Para Crianças Mortas. Proposta por Natasha de Albuquerque. Auxílio: Fernando Carvalho. Foto: Ana Flávia Silvestre. Materiais diversos. Setor Bancário Sul. Brasília, 2018
Considera-se esta uma releitura da obra de Joseph Beuys “Como explicar arte a uma lebre morta”. Foi uma performance em 1962 em que o artista, com folhas de ouro no rosto, explica seus quadros para uma lebre morta durante sua vernissage. Ele alega que é mais fácil ensinar arte para uma lebre morta do que para pessoas. Outra referência para este trabalho são as obras de Laura Lima em que pessoas são contratadas para segurar seus quadros durante toda a exposição: o dia inteiro durante alguns meses. É necessário mesmo tanto esforço para isso? A obra se inverte suas questões quando as “crianças mortas” ou adultos, ou adulterados da criação ignoram a obra a fim de não querer “pagar mico”.
Este é um estudo sobre o ensino da arte, mais especificamente, arte contemporânea. Podemos entender algumas características da arte contemporânea como: apropriação, performance, intervenção urbana e imersão. Nesta ação são oferecidas bananas aos transeuntes para comer durante a contemplação da pintura, com o intuito de propor certa incorporação ao observar arte. Ressalvas de deboche e fuleragem. A proposta foi realizada na rua para crianças mortas ou adultos ou adulterados da criação. Quem seriam estes? Se interessam a aprender arte? Será que quem imerge na arte quer necessariamente aprender? Lança-se perguntas para não responder. Outro fator forte da arte contemporânea: formulação de perguntas sem respostas.